Joe Biden anuncia desistência de concorrer à reeleição nos Estados Unidos e declara apoio a sua vice, Kamala Harris

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na tarde deste domingo (21) sua desistência de concorrer à reeleição em novembro. Biden esteve sob pressão devido ao estado de saúde e após sua atuação durante o debate promovido pelo canal americano de notícias CNN, no final de junho.

O anúncio foi realizado na tarde deste domingo, em comunicado publicado nas redes sociais. O presidente americano destacou os feitos do seu governo e disse que continuará seu mandato até janeiro de 2025.

A última vez que um presidente não concorreu à reeleição nos Estados Unidos ocorreu em 1968, quando Lyndon Johnson desistiu da corrida presidencial após problemas internos devido à Guerra do Vietnã.

O presidente americano suspendeu seus eventos de campanha na última quarta-feira (17), após ser diagnosticado com Covid-19, e foi para sua casa em Delaware para ficar em isolamento devido à doença. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou uma reflexão mais sobre a candidatura.

“Embora minha intenção fosse buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como Presidente pelo restaurante do meu mandato”, disse o presidente americano Joe Biden.

No comunicado, Joe Biden disse que ainda nesta semana realizará um pronunciamento à nação, com mais detalhes sobre sua decisão de desistir de concorrer às eleições americanas. Biden concluiu agradecendo ao povo americano, aos membros do comitê de reeleição e à sua vice-presidente, Kamala Harris.

O presidente americano concluiu o comunicado solicitando a união aos americanos, que vivem um período de polarização devido à política interna durante os últimos anos. “…não há nada que a América não possa fazer quando fazemos juntos. Só precisamos lembrar que somos os Estados Unidos da América”, finalizou Biden.

Biden
Imagem: X/@joebiden

Apoio a Kamala Harris

Após o anúncio, Biden declarou apoio à candidatura de sua vice-presidente Kamala Harris por meio de sua conta no X (antigo Twitter). “Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido (Democrata) este ano”, disse Biden.

Kamala concorreu como vice-presidente de Biden em 2020, e antes de concorrerem juntos à Casa Branca, ambos disputaram a indicação do partido nas primárias democratas. Kamala é vista como experiente entre seus partidários, o que seria um bom ponto na disputa com Trump. Entretanto, a apontada pelo atual presidente precisa vencer na convenção democrata que será realizada nas próximas semanas.

Pressão

A idade avançada do presidente Biden é motivo de críticas por parte de setores da sociedade. Em diversos casos, incluindo no último debate, Biden apresentou dificuldades na fala e sua capacidade cognitiva foi colocada em dúvida, por parte dos eleitores.

Biden sofreu pressão de aliados e outros políticos do partido democrata. A situação piorou após o mau desempenho contra o ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, no debate promovido pela CNN, em junho.

Figuras importantes na história recente do partido democrata, como o ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, manifestaram apreensão com o presidente.

Segundo a CNN, Nancy Pelosi disse em privado a Biden que ele não teria condições de derrotar Trump e vencer as eleições em novembro. O ex-presidente Obama teria demonstrado a pessoas próximas o recebimento sobre as chances do atual presidente na eleição.

Reação dos Republicanos

Após o anúncio de desistência, Donald Trump disse que Biden “não estava apto para concorrer à Presidência” e que “nunca esteve” apto para servir como presidente dos Estados Unidos. Trump afirmou à CNN que será “mais fácil” derrotar a vice-presidente Kamala Harris caso ela assuma a candidatura democrata.

O republicano Mike Johnson, presidente da Câmara dos Estados Unidos, pediu a Biden que renunciasse imediatamente ao cargo de presidente. Johnson disse que “Se Joe Biden não está apto para concorrer à presidência, ele não está apto para servir como presidente. Ele deve renunciar à carga”.

Convenção Democrata

Com a desistência de Biden, os democratas terão que escolher um novo nome para concorrer contra Trump. O substituto será escolhido às vésperas da eleição de novembro, durante a Convenção Nacional Democrata no mês de agosto. Biden era o principal nome democrata e tinha ganho nas primários do partido.

Os candidatos que emergirem no partido deverão obter assinaturas de 600 delegados da Convenção para serem nomeados. Caso os principais nomes da corrida democrata não consigam o número mínimo de delegados, será realizada uma “convenção negociada” em que os delegados atuam como agentes livres e negociam com a liderança do partido para chegar a um nomeado.

Até o momento, o principal nome desta corrida é a vice-presidente Kamala Harris, que já recebeu o apoio do presidente Joe Biden, do ex-presidente Bill Clinton e de Hillary Clinton, candidata democrata na eleição de 2016. Outros nomes despontam dentro do partido democrata, incluindo Gavin Newsom, governador da Califórnia, Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, Andy Beshear, governador de Kentucky, e JB Pritzker, governador de Illinois.

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