Governo Assad caí e rebeldes tomam a Síria após anos de guerra civil

O governo do ditador sírio Bashar al-Assad caiu neste domingo (8), após uma investida militar de grupos rebeldes contra o regime. Em menos de 10 dias, as forças rebeldes chegaram à capital, Damasco, enfrentando pouca resistência das tropas leais a Assad.

A ofensiva rebelde que derrubou o regime de Assad foi liderada pelo grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e contou com a participação de outras forças anti-Assad, muitas delas apoiadas pela Turquia, de Erdogan.

Por anos, a Turquia financiou e armou grupos de oposição sírios com o objetivo de derrubar Assad, que contava com o suporte de aliados como o Irã, a Rússia e o Hezbollah, grupo extremista baseado no Líbano.

De acordo com informações da Rússia, Assad, que permaneceu 24 anos no poder deixou o país e ordenando uma “transição pacífica de poder”. A mídia local confirmou a saída do líder durante a captura de Damasco pelas forças rebeldes.

Até o momento, não há confirmação sobre o paradeiro do ex-presidente. A agência Reuters relatou que um avião da Syrian Air decolou do aeroporto de Damasco no momento em que os rebeldes assumiram o controle da cidade. Inicialmente, a aeronave rumou para a região costeira, reduto da minoria alauita de Assad, mas depois mudou de rota e desapareceu do radar, conforme apontado pelo site Flightradar.

Transição

O primeiro-ministro do país, Mohammad Ghazi al-Jalali, permaneceu na Síria após a queda do regime da família Assad. Ghazi afirmou estar disposto a cooperar com a transição de poder no país. Após a tomada de Damasco, ele foi retirado e escoltado por forças rebeldes de seu escritório na capital.

Foto: Reprodução/BBC News

Forças estrangeiras

O colapso do regime Assad lança incertezas sobre o futuro da presença militar russa na Síria. Sob a liderança Vladimir Putin, a Rússia desempenhou um papel central no apoio a Assad, mantendo bases no país para operações aéreas e navais, especialmente na região de Aleppo. Com a queda do regime de Assad, o futuro das forças russas no país é incerto.

O vice-secretário assistente de Defesa dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Daniel Shapiro, afirmou que as forças militares dos EUA permanecerão no leste da Síria após a queda de Assad. Segundo Shapiro, os Estados Unidos tomarão as medidas necessárias para evitar o ressurgimento do Estado Islâmico na região.

Os EUA contam com o apoio dos curdos, importantes aliados durante os anos de conflito. As forças curdas controlam cerca de 40% do território sírio, os curdos estão concentrados no nordeste do país e desempenham um papel estratégico para os americanos na região de fronteira com Iraque.

Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota na tarde deste sábado (7), informando que acompanha a escalada de violência na Síria e orientando os brasileiros que moram no país a procurarem a Embaixada brasileira em Damasco e a deixarem o território sírio.

“O Brasil apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país”, afirmou em nota o Itamaraty.

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