O governo de Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo no conflito em Gaza, anunciaram autoridades dos governos do Catar e dos Estados Unidos. O acordo, assinado nesta quarta-feira (15), põe fim a 15 meses de conflito que matou dezenas de milhares de pessoas na região.
O cessar-fogo gradual entre o governo israelense e o grupo extremista palestino entrará em vigor no próximo domingo (19). Apesar da assinatura do acordo, os ataques continuam ocorrendo em Gaza, revelou a agência Reuters.
O acordo propõe uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas e inclui a retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza, além da liberação de reféns israelenses mantidos pelo Hamas na troca de palestinos presos em Israel.
Contexto do Conflito
O conflito atual conflito entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando um ataque do grupo palestino a comunidades israelenses na fronteira com Gaza deixou centenas de mortos e provocou uma forte retaliação por parte de Israel.
As negociações para o cessar-fogo, que se estenderam por 96 horas, contaram com a mediação de diplomatas do Catar, Egito e Estados Unidos. O anúncio oficial foi feito pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, que destacou o esforço conjunto para alcançar o entendimento entre as partes.
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o início da guerra. Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
O acordo firmado nesta quarta-feira põe fim a mais um conflito entre Israel e grupos extremistas na região do Oriente Médio, iniciado após o ataque do Hamas em 2023. Em novembro de 2024, Israel e o Hezbollah concordaram com um cessar-fogo, pondo fim à incursão israelense contra a milícia jihadista no Líbano, iniciada em setembro do ano passado.
Desde o início do conflito com o Hamas, a relação entre Israel e Irã também passou por momentos de tensão, após o regime de Teerã retaliar os ataques israelenses contra interesses iranianos na Síria, além dos assassinatos de líderes de grupos aliados ao Irã.

Reações Internacionais
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, publicou um comunicado comemorando o acordo: “Já passou da hora de os combates terminarem e de o trabalho de construir a paz e a segurança começar”, afirmou o presidente americano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ligou para o presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, para agradecê-lo por seus esforços em garantir a libertação de reféns e colocar “fim ao sofrimento de dezenas de reféns e suas famílias”, segundo uma declaração do gabinete de Netanyahu. O premiê israelense também falou com Biden, agradecendo por sua ajuda no acordo de reféns.
O anúncio do acordo ocorre dias antes da posse do novo presidente dos Estados Unidos, marcada para o dia 20 de janeiro. O presidente eleito dos EUA chegou a afirmar que haveria “um inferno a pagar” no Oriente Médio caso os reféns mantidos pelo Hamas não fossem libertados antes de sua posse.
Trump, afirmou em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (15) que os reféns detidos pelo Hamas serão “liberados em breve”.
“TEMOS UM ACORDO PARA OS REFÉNS NO ORIENTE MÉDIO. SERÃO LIBERADOS EM BREVE. OBRIGADO!”, postou Trump na Truth Social.